terça-feira, 28 de dezembro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
terça-feira, 31 de agosto de 2010
EXPOSIÇÃO TITA SCHAMES E LUCIO VARGAS
O artista sempre deve estar no palco inteiro, sem disfarces. O personagem q ele veste deve compreender a fundo e à esta verdade se entregar de corpo e alma. A melhor parte da dimensão artística que virá sairá desse encontro: do personagem e do eu. Nem todo mundo tem coragem suficiente pra isso, ou o respeito à si mesmo para tanto. A Tita tem ambos. E já se sabe pela mulher que é. Dentre as mil potencialidades que vibram dentro dela há a argila e o que ela permite, e permite muito. Permite tudo. E permitindo tudo coube a ela dizer de si, de seu amor pelo amor, e só uma mulher para criar casais assim, tão simples e desproblematizados, de entrega tão igual. E de sua dor também. Pois como sabemos, todos nós temos uma dor. Real ou imaginária, ou ambas. E como toda forma de sentimento precisa brotar, sair, nascer, viver e ... morrer. É assim que fazemos nós artistas. As obras nascem e tem sua própria vida. As esculturas da Tita são para os amantes que gozam do prazer de simplesmente amar. E sua dor é para todos, pois a dor é menos seletiva, todos a conhecem.
Dessa forma pode a Tita colaborar com essa corrente de loucos poetas que a partir da vida vão dandos flores e frutos por esses jardins mundo a fora...
Que suas obras sejam colhidas por mãos amigas e abençoadas.
Israel Kislansky
LÚCIO VARGAS É MÚSICO. Um ansioso, portanto. O que não é de admirar, todo artista o é, muitos podem até não aparentar mas são ansiosos, esta é a condição primeira para a concretização da arte. Tamanha é a ansiedade em alguns, que um único meio de expressão — como se fosse pouco — não os satisfaz, buscam novas formas, necessitam se exprimir numa outra linguagem; a história está inundada de exemplos. Esqueçamos Leonardo e pensemos em Michelangelo, escultor, arquiteto, pintor, poeta. Num salto, chegamos até William Blake, notável poeta e pintor. Adiante, temos Dante Gabriel Rosseti, igualmente poeta e pintor. A lista é enorme, lembramos apenas uns poucos gloriosos
Lúcio Vargas é músico. E pintor. Seria falso dizer que é um principiante, pinta há muitos anos. Mas, com intensidade, faz alguns meses. À disciplina, ao trabalho continuado, agregou um maior conhecimento teórico da arte. E muniu-se "da paciência de um boi,” para citar um conceito de Gustavo Doré, aquele o qual Van Gogh mais gostava e que dizia ser a frase de um verdadeiro artista. Posto a rudeza, o pensamento tem algo de nobre simplicidade.
A primeira coisa que os trabalhos de Lúcio Vargas demonstram, é o desejo irreprimível de se expandir, de ir além das limitações impostas pela prisão geométrica das telas. Algumas pinturas, num corte, mostram detalhes de corpos, de amantes. São obras que estimulam o voyeur que existe em nós, a confortável posição de participantes passivos desses embates amorosos. Não são figuras apolíneas, algumas até grotescas; o pintor não está preocupado em cativar o espectador mostrando belezas institucionais, mas seres pulsantes de uma vida que parece lhes escapar e, então, frementes, se estreitam num abraço de desesperados. Nestas telas, sem intenção anedótica, há um conteúdo emocionado, fato visceral.
Para expressar tais emoções, o pintor usa de uma linguagem expressionista, lembrando os precursores desse movimento. É uma afinidade simplesmente, nada que demonstre uma influência direta, o que não seria desdouro, mas influencia bem-vinda.
Como movimento organizado, o Expressionismo surgiu na Alemanha nos últimos anos do século dezenove; porém, trata-se de uma manifestação que sempre existiu, está latente na arte de todos os tempos uma vez que representa os anseios e as angustias mais profundas do Homem, basta lembramos Dürer, El Greco, Goya. E pode haver manifestação de expressionismo mais exacerbado que a Crucificação, no retábulo de Isenheim, do quinhentista Mathias Grünewald?
Na pintura de Lúcio Vargas, a cor, por vezes, atinge estridências e eventuais dissonâncias cromáticas, pecadilhos que o seu vigor desabusado e vital, justificam e, quiçá, exijam. É sabido que as harmonias muito comportadas, se por um lado se ajustam com mais facilidade, se apaziguam o espírito, por outro carregam certa monotonia e conformismo.
E aqui, nesta pintura, a todo o risco, o conformismo esta alijado.
Deny Bonorino
Artista Plástico
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
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